Possível inclusão da nova faixa etária visa otimizar o uso das doses, considerando a redução na procura por vacinas entre crianças de 10 e 11 anos
O Distrito Federal está avaliando a possibilidade de ampliar a vacinação contra a dengue para crianças de 12 anos nos próximos dias. Atualmente, a imunização está destinada às faixas etárias de 10 e 11 anos, conforme a determinação do Ministério da Saúde desde a chegada das 71.708 doses de imunizantes à capital federal.
A consideração de incluir a nova faixa etária surge devido à redução na procura pela vacinação entre as crianças de 10 e 11 anos. Até o último sábado, apenas cerca de 24 mil crianças nessa faixa etária haviam recebido a vacina contra a dengue, um número abaixo das expectativas. A possibilidade de estender a imunização para os jovens de 12 anos visa garantir a aplicação efetiva das doses, considerando que ainda há mais de 45 mil doses disponíveis, com validade até 30 de abril, e uma população de aproximadamente 35 mil crianças nessa nova faixa etária.
A secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, ressaltou a importância de evitar que as vacinas fiquem sem aplicação. "Recebemos 71 mil doses e até hoje eu tenho 24 mil vacinas realizadas. O que precisamos é que nenhuma vacina fique (parada) na geladeira", afirmou durante o oitavo Dia D de Combate à Dengue, no Sol Nascente/Pôr do Sol.
Lucilene Florêncio também esclareceu que, através do Programa Nacional de Imunização, o Ministério da Saúde permitiu que cada estado gerenciasse as doses recebidas. Ela monitora diariamente a procura pela vacina e, caso a diminuição persista, a extensão para crianças de 12 anos pode ser implementada, considerando a quantidade de doses disponíveis. Não há, no momento, previsão de envio de novas vacinas pelo governo federal.
Para a vacinação, os jovens devem comparecer acompanhados dos pais ou responsáveis, apresentando a carteira de identidade ou certidão de nascimento. A imunização não é indicada para indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por HIV sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula.
O Brasil destaca-se como o primeiro país a oferecer o imunizante no sistema público. A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
A vacinação é parte integrante da estratégia de combate à dengue, somando-se a outras ações governamentais, como inspeção domiciliar, recolhimento de lixo e entulho, e ampliação do acesso ao atendimento. A participação da população é crucial na prevenção, identificando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti e procurando atendimento médico em caso de sintomas da doença.
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